segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Relato de um surto de consciência

Estaciono o carro em um posto de gasolina perto das 13h. Parei para comer alguma coisa vulgar - como diria um colega jornalista. Estava a caminho da praia em um dia da minha vidinha tranquila. Peço meu sanduíche de peito de peru. Não costumo esconder minhas manias: conferi todo o material dentro do pão. Tudo ok. A garçonete observa com repúdio a minha atitude. Ao meu lado constato a presença de um cara moreno, ligeiramente barrigudo e fortemente embriagado. Ele balbucia diversas palavras. A minha educação me adverte: não devo falar com estranhos, principalmente os bêbados. Minha curiosidade supera minha educação e logo inicio contato com aquele alienígena. Não, não é preconceito. É curiosidade mesmo. O cara mal-vestido, bêbado, que dizia não ter onde morar me desperta curiosidade assim como um alienígena o faria. Não é alusão. Nós dois vivemos literalmente em mundos diferentes. Ele sem ter onde morar, gasta os poucos centavos que tem em birita barata. Eu verifico o meu sanduíche de posto com desdém, afinal apenas parei ali para não correr o risco de perder o sol em um belo dia de praia em Jurerê. Troco algumas palavras, ele não fala nada com nada, mas parece achar legal o tal contato ET-TELEFONE-MINHA CASA. Afinal, todos no recinto o tratavam como louco. Acabei minha refeição e parti. Quando pequena chorava ao observar alguma injustiça na rua. Perguntava para minha mãe porque algumas pessoas passavam necessidade. Ela dizia para pensar em algo bom para aquele indivíduo que o meu desejo se realizaria. Acho que não tive fé o suficiente. Cresci e tudo continua igual. Apenas uma coisa mudou: não choro mais, pois aprendi a aceitar o inaceitável. E assim caminha a humanidade...

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A emoção de votar

Quando completei 16 anos, logo providenciei meu título de eleitor. Ano que vem comemoro dez anos de pleno exercício da cidadania. Desde pequena eu dava palpite nas escolhas políticas da família. Com sete anos me metia em reuniões e comícios que aconteciam na casa da minha avó. Mas confesso que nunca havia sentido tanta emoção na hora de votar como neste último três de outubro. A grandiosidade de tudo isso me deu até um friozinho na barriga. Parece besteira, mas não é. Estar engajada no processo político é o que cada cidadão deveria fazer. Sentir emoção pelo simples fato de poder escolher seus representantes. Verdade que o povo brasileiro anda muito decepcionado com tantos escândalos, mas só o fato de nos mantermos livres para apontar esses acontecimentos execráveis já é uma vitória. E vamos lutar para que isso melhore. Vamos ter posição. Me deixa triste escutar alguém dizer votar branco ou nulo ou no que primeiro aparecer na frente. Esse descrédito todo não nos levará a lugar algum. Não vamos banalizar ainda mais a política. É fato que MUITA coisa precisa evoluir, porém sem a participação popular, o processo é lento. Pode rir, mas eu acho emocionante votar. Eu sei que uma parte da eleição já passou e que o recado pode ter vindo tarde, mas vamos levar isso a sério. Afinal, se nós eleitores não levarmos, que políticos mereceremos? Tiriricas da vida?

Abraço...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Pobreza política

Não costumo escrever minhas opiniões políticas aqui no Insônia. Até porque esse não é o tema que ronda a minha mente quando não consigo dormir. Mas, sinceramente, algumas questões estão perto de me tirarem o sono. Não agora, porém em um futuro não tão longe assim. Bom, só vim aqui reproduzir uma frase que li em um texto de Leonardo Boff, no Blog do Noblat. Não gostei de muita coisa que ele escreveu na versão completa, mesmo assim essa frase me deixou muito pensativa e por isso lhes apresento:

"Pobreza política é o pobre não saber as razões de sua pobreza, é acreditar que os poblemas dos pobres podem ser resolvidos sem os pobres, só pelo assistencialismo estatal ou pelo clientelismo populista"

Pronto! Tá aí. Como disse um amigo meu: "O povo hoje não entende que Educação é mais importante do que ter crédito para comprar uma geladeira duplex frost-free". Triste! Se continuarmos assim, vai ser fácil para qualquer governo, de qualquer partido, implantar a Polícia das Ideias. Não conhece? Então dá uma olhadinha na obra fictícia (porém muito real), "1984", de George Orwell.

segunda-feira, 12 de julho de 2010